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Obesidade - A doença do século
Atualmente a obesidade tem se tornado um grave problema de saúde pública. No censo realizado pelo IBGE foi apontado que em 2008-2009 cerca de metade dos homens acima de 20 anos de idade estavam acima do peso, enquanto que menos de 3,6% da população estava com o peso abaixo do normal. Deste modo, podemos observar que as políticas públicas, ao invés de focarem somente a fome, deveriam ser direcionadas incisivamente para a obesidade.
Longe de ser uma questão exclusivamente estética, com frequência o excesso de peso leva a alterações metabólicas nas concentrações de açúcar (diabetes), gorduras no sangue (colesterol e triglicérides) e inflamação do fígado por acúmulo de gordura (esteatose hepática). No sistema cardiovascular a obesidade pode desencadear o surgimento de hipertensão arterial que, juntamente com as alterações metabólicas, aumenta muito a chance do surgimento do infarto agudo do miocárdio (coração) e de acidentes vasculares encefálico (derrames).
Sintomas da Obesidade
As articulações também sofrem muito pela sobrecarga causada pelo peso, sendo percebido pelo paciente através do surgimento de dores articulares e lombares crônicas e progressivas e pela dificuldade na realização de tarefas cotidianas (maior cansaço) em decorrência do maior esforço gerado pelo peso.
O excesso de peso também exerce influência negativa no sono ocasionando uma séria alterações. Uma das principais é a apneia obstrutiva do sono, fenômeno caracterizado pela obstrução da passagem do ar para os pulmões quando paciente está dormindo.
Essa doença, pouco investigada, causa no paciente uma série de sintomas como: sonolência diurna excessiva, cansaço, redução da memória, alterações do humor (irritação, desânimo, depressão), aumenta a chance de acidentes de trânsito e, por fim, multiplica as chances de ocorrerem episódios de hipertensão, infarto, arritmias e derrame.
A parte emocional do paciente não deve ser desmerecida. O excesso de peso também está associado com a presença transtornos emocionais como: depressão, ansiedade intensa, baixa autoestima dentre outros. Estas características podem ser causadas tanto pelas complicações orgânicas da obesidade como pelo impacto social negativo que os pacientes sofrem por estarem acima do peso.
O tratamento da obesidade deve ser encarado seriamente, não devendo ser visto somente como falta de força de vontade do paciente em perder peso, uma vez que, vários fatores estão envolvidos no seu surgimento.
Além das características genéticas, atualmente, os fatores sociais exercem um impacto cada vez maior para o ganho de peso. Dentre estes fatores podemos listar a falta de aprendizado sobre alimentação que deveria ser introduzido por nutricionistas ainda nas escolas para que as pessoas possam saber realmente o que é comer de modo saudável (tipos de alimentos, modo de preparo, quantidade necessária para cada indivíduo, etc).
A industrialização alimentar junto com marketing têm induzido cada vez mais o consumo de produtos prontos que, invariavelmente, possuem alguma característica ruim (falta de vitaminas, excesso de sal, gorduras, corantes, conservantes e principalmente calorias).
O estilo de vida contemporâneo não tem sido benéfico para a manutenção do peso saudável. A vida corrida ocasionada pelo trabalho e/ou estudos e a dificuldade de deslocamento para ir e vir têm forçado as pessoas a comer fora de casa, consumindo alimentos que muitas vezes são escolhidos pela praticidade e que geralmente não são saudáveis. Este mesmo estilo de vida corrido e estressante tem gerado nos pacientes a necessidade de buscar uma recompensa prazerosa pelos desgastes do dia a dia, recompensa esta facilmente encontrada nos alimentos palatáveis como doces e salgados.
Este mecanismo de recompensa assume uma proporção intensa numa grande gama de pacientes, muitas vezes gerando um quadro de compulsão alimentar cujo controle é extremamente difícil.
Enfim, podemos concluir que o peso excessivo é um problema sério que reduz a expectativa e a qualidade de vida dos pacientes além de acarretar um elevado custo financeiro devido ao tratamento de suas complicações.
Tratamento da Obesidade
O tratamento da obesidade deve ser amplo e envolver vários aspectos como:
1. Promover o aprendizado sobre a alimentação correta, dentro da necessidade calórica e do estilo de vida de cada paciente.
2. Orientação sobre a necessidade e a introdução de atividades físicas visando gastar as calorias ingeridas, de acordo com a realidade de vida e aptidões de cada paciente.
3. Avaliação do estado emocional. A ansiedade e o estresse têm sido cada vez mais influentes nos distúrbios alimentares.
Na medida do possível, esse tratamento dever ser feito por uma equipe multidisciplinar composta pelo especialista em nutrição (nutricionista), pelo educador físico, pelo psicoterapeuta comportamental (psicólogo(a)) e pelo endocrinologista quando há a necessidade de um tratamento farmacológico associado. Nesta linha existem algumas opções disponíveis no mercado que podem facilitar o gerenciamento do peso.